TRF-4 afasta juiz da lava jato por suposta ameaça
A decisão atende a uma representação do desembargador federal Marcelo Malucelli, que afirmou que o filho dele, João Eduardo Barreto Malucelli, recebeu uma ligação telefônica com "ameaças".
João Eduardo Barreto Malucelli é sócio do ex-juiz Sergio Moro. O pai dele, Marcelo Malucelli, se declarou suspeito para analisar casos que envolvem a Lava Jato em abril deste ano.
De acordo com o Conselho do TRF-4, há indícios de que o Appio tenha feito o telefonema para o filho de Marcelo Malucelli. O juiz terá 15 dias para apresentar defesa.
Segundo a representação feita por Marcelo Malucelli, a ligação feita para o filho dele aconteceu de um número bloqueado. A pessoa que fez a chamada se identificou como servidor da área de saúde da Justiça Federal e se apresentou como Fernando Gonçalves Pinheiro.
Apesar disso, segundo a decisão, não existe nenhum servidor com o nome de Fernando Gonçalves Pinheiro na Justiça Federal da 4ª Região.
O relatório do conselho aponta que há "muita semelhança entre a voz do interlocutor da ligação telefônica suspeita e a do juiz federal Eduardo Fernando Appio, tendo então a Presidência do TRF4 e a Corregedoria Regional noticiado esses fatos à Polícia Federal e solicitado realização de perícia para comparação do interlocutor da ligação suspeita com aquele magistrado federal".
Com a decisão, o Conselho do TRF-4 determinou:
- afastar imediatamente e preventivamente o juiz Eduardo Appio;
- suspender o acesso de Appio a prédios da Justiça Federal;
- suspender o acesso eletrônico de Appio a sistema da Justiça Federal
- a devolução de equipamentos eletrônicos usados pelo juiz federal, como desktop, notebook e celular funcionais.
Aliados de Appio esperam que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reverta a decisão. O ministro Luis Felipe Salomão é o corregedor do órgão.
O g1 tenta contato com Eduardo Appio.
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