Coronavírus: estamos muito distantes de um tratamento para a covid-19?

Pesquisas em diversos países avaliam possível eficácia de remédios já existentes contra a covid-19

Mais de 170 mil pessoas morreram em decorrência da covid-19 desde o início da pandemia, e até agora não há nenhum remédio que possa tratar a doença com eficácia comprovada. Mas quão longe estamos desses medicamentos que podem salvar vidas e o que está sendo feito para chegarmos até eles?

Ao menos 150 remédios diferentes estão sendo estudados ao redor do mundo. A maioria deles é composta por substâncias que já eram usadas contra outras doenças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma iniciativa chamada Solidarity (Solidariedade) ao redor do mundo em torno das quatro abordagens de tratamento mais promissoras.

Sem falar dos estudos com dezenas de milhares de pessoas em diversos países, a exemplo do Brasil, e das pesquisas em torno do uso dos anticorpos de pessoas que já se recuperaram da doença. Há três grandes caminhos de tratamento em estudo.

O primeiro envolve drogas antivirais que tentam afetar diretamente a capacidade do coronavírus de se desenvolver dentro do corpo.

O segundo passa por medicamentos que podem acalmar o sistema imunológico, já que pacientes podem ficar bem doentes quando há uma reação imunológica desmedida que passa a causar efeitos colaterais graves no corpo.

O terceiro envolve anticorpos, tanto os extraídos do sangue de quem se recuperou da doença quanto feitos em laboratório, que podem atacar o vírus.
Qual é o mais promissor?

Após visitar a China no auge da pandemia no país asiático, Bruce Aylward, da OMS, afirmou que o antiviral remdesivir foi o único medicamento que deu sinais de eficácia contra o coronavírus.

Esse antiviral foi originalmente desenvolvido para tratar o ebola, mas outras alternativas acabaram se mostrando mais eficazes.

Ainda assim, ela deu sinais promissores no tratamento de outros coronavírus, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), em estudos com animais.


Várias combinações de medicamentos estão sendo testadas para tratar a doença causada pelo coronavírusMais

Resultados de pesquisas em andamento da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, que vazaram também indicaram que a droga pode ser eficaz contra a covid-19. Mas não há ainda resultados conclusivos.

O remdesivir, desenvolvido pelo laboratório americano Gilead, está sendo utilizado em ensaios clínicos na Europa (no âmbito do Discovery, programa europeu de estudos clínicos contra a covid-19), nos EUA, na China e também integra estudos no Brasil.

Segundo os pesquisadores, o remdesivir inibe a síntese do RNA do coronavírus, evitando que ele se replique pelo corpo.

E os medicamentos usados contra o HIV?

Há muito burburinho, mas pouca evidência sobre a eficácia dessa combinação de remédios usados contra o HIV: ritonavir e lopinavir.

Surgiram bons resultados em estudos em laboratório, mas isso não se repetiu quando passaram a ser testados em humanos.

A combinação não tem ampliado a recuperação dos pacientes, reduzido as mortes ou diminuído a carga viral em pessoas com quadros graves da doença.

No entanto, como esses testes foram administrados em pacientes extremamente doentes, próximos da morte, pode ter sido tarde demais para as drogas agirem contra a infecção.
Cloroquina

A cloroquina e a hidroxicloroquina têm propriedades tanto antivirais quanto moduladoras do sistema imunológico.

Os remédios atraíram muitos holofotes como tratamentos potenciais em grande parte por causa de declarações dos presidentes americano Donald Trump e brasileiro Jair Bolsonaro, mas ainda há pouca evidência sobre a eficácia deles.




James Gallagher - Repórter de saúde da BBC,

Nenhum comentário

'; (function() { var dsq = document.createElement('script'); dsq.type = 'text/javascript'; dsq.async = true; dsq.src = '//' + disqus_shortname + '.disqus.com/embed.js'; (document.getElementsByTagName('head')[0] || document.getElementsByTagName('body')[0]).appendChild(dsq); })();
Tecnologia do Blogger.