Temer anuncia 'força-tarefa' para auditar frigoríficos alvos da Carne Fraca

O presidente Michel Temer anunciou neste domingo (19), durante reunião com embaixadores de países que importam a carne brasileira, que haverá uma "força-tarefa" para fiscalizar os frigoríficos alvos da operação Carne Fraca.


No pronunciamento, Temer também chamou os diplomatas para jantar em uma churrascaria em Brasília.


Deflagrada na sexta-feira (17) pela Polícia Federal, a operação investigou o envolvimento de fiscais do ministério em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.


Foi descoberto que funcionários de superintêndencias regionais recebiam propina para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem fiscalização.


"Quero fazer um comunicado aos senhores que, naturalmente, peço que transmitam aos seus governantes. Nós tomamos várias deliberações no dia de hoje. A primeira delas é que decidiu-se acelerar o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação da Polícia Federal que são, na verdade, 21 unidades no total. Três dessas unidades foram suspensas e todas as 21 serão imediatamente colocadas sob regime especial de fiscalização a ser conduzida por força-tarefa do Ministério da Agricultura", declarou o presidente aos embaixadores.


Ao longo deste domingo, o presidente teve uma série de reuniões com o objetivo de discutir medidas para enfrentar a crise gerada pelas revelações da operação Carne Fraca.


Temer recebeu, por exemplo, os ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, além de representantes de associações como a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).


Medidas

Após o pronunciamento do presidente, a assessoria do Planalto divulgou uma nota na qual informou que, além da força-tarefa, o governo também decidiu reiterar às missões estrangeiras que "todas as plantas exportadoras permanecem abertas às inspeções dos países importadores" e que o sistema de controle nacional é um dos "mais respeitados do mundo".

O Planalto também diz, na nota, que vai reforçar a cooperação entre o Ministério da Agricultura e a Polícia Federal para apurar eventuais desvios no sistema de defesa agropecuária.


O pronunciamento

Em uma fala que durou cerca de dez minutos, o presidente disser ser "importante e fundamental" receber os embaixadores dos países que importam a carne brasileira para que o governo pudesse apresentar as explicações sobre a operação.

Ao se dirigir aos diplomatas, Temer afirmou que "a maneira como se deu a notícia" sobre as investigações, "pode ter criado uma preocupação muito grande" – pouco antes de entrar para a reunião, o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, chegou a dizer que a situação "preocupa".

Em seguida, o presidente destacou que, dos 11 mil funcionários do Ministério da Agricultura, "apenas" 33 estão sendo investigados por envolvimento no esquema.

"Não é o sistema de defesa agropecuária que está sendo investigado, mas alguns poucos desvios, de alguns poucos funcionários, de algumas poucas empresas. Todas as plantas exportadoras permanecem abertas às inspeções dos países exportadores e ao acompanhamento do sistema nacional de controle, que é um dos mais respeitados do mundo", acrescentou.

Temer também ressaltou que há no país atualmente 4.837 unidades sujeitas a inspeção federal e, dessas, "apenas" 21 estão envolvidas na operação Carne Fraca. Aos diplomatas, o presidente disse, ainda, que a partir desta segunda, o Ministério da Agricultura informará quais países receberam os produtos e a origem por empresa.


Por Gustavo Garcia e Laís Lis, G1, Brasília

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