Tremor na Itália faz sete mortos e 50 feridos




Giorgio Benvenuti, Reuters

Um tremor de magnitude de 5,9 graus na escala de Richter ocorreu esta madrugada na região de Emilia-Romana, a 36 quilómetros de Bolonha, abalando o norte de Itália. Segundo o jornal La Stampa, em Ferrara o terramoto matou quatro trabalhadores fabris. Morreram também uma alemã que estava a trabalho em Bolonha e uma idosa com mais de 100 anos da cidade de Sant’Agostino. Uma mulher de 86 anos morreu depois de admitida no hospital devido a um acidente vascular cerebral. Um novo abalo, de forte intensidade, atingiu o centro de Sant`Agostino de Ferrara por volta das 15:00 (menos uma hora em Portugal), causando o colapso do edifício da câmara municipal.


O sismo fez Itália tremer às 4h03 (3h03 em Lisboa) e durou 20 segundos. O tremor foi registado pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, e foi seguido por duas réplicas de menor intensidade: uma de 3,3 e outra de 2,9, segundo informa o jornal italiano La Stampa, registadas num espaço de um quarto de hora, entre as 05h35 e as 05h44 (04h35 e 04h44 em Lisboa). O epicentro foi nas planícies ao redor de Emilia, a uma profundidade de 10,1 quilómetros.

Um novo abalo, de forte intensidade, atingiu o centro de Sant`Agostino de Ferrara por volta das 15:00 (menos uma hora em Portugal), causando o colapso do edifício da câmara municipal.

Foi o sismo mais forte registado em Itália nos últimos três anos e foi sentido em todo o Nordeste do país, nomeadamente nas cidades de Bolonha, Ferrara, Verona e Mântua. O teramoto ocorreu enquanto a maioria das pessoas dormia, mas milhares correram para as ruas em pânico. "Fui para a rua de cuecas!", disse um italiano na televisão nacional.

Várias casas ficaram danificadas e os hospitais da região foram evacuados, como medida de segurança. As equipas de socorro estão à procura de pessoas que tenham ficado debaixo dos escombros.

Cerca de 3.000 pessoas foram retiradas das suas casas na região de Emilia-Romana, onde se sentiu o sismo, segundo anunciou aos jornalistas a Proteção Civil. A maioria das evacuações ocorreu na região de Modena, onde 500 pessoas tiveram de abandonar as suas casas na zona de Ferrara.

A prisão de Ferrara foi evacuada, pelo que as autoridades também tiveram de deslocar 500 detidos.

O terramoto foi sentido até Liguria, no oeste do país, perto da fronteira com a França, e até à região de Friuli, junto à fronteira com a Eslovénia.


O ponto no mapa marca o epicentro do sismo.

As primeiras imagens divulgadas na internet por sites noticiosos italianos mostram casas parcialmente destruídas e destroços amontoados nas ruas. São muitos os edifícios históricos e igrejas danificados pelo tremor de terra. O castelo medieval da cidade de San Felipe Sul Pan, perto do epicentro do sismo, foi um dos edifícios mais danificados e há quem receie o desabamento de uma das suas torres.

A primeira vítima, um marroquino de 29 anos, foi esmagado pelo teto da Ponte Uru Swifts Bondeno em Ferrara. Outro trabalhador foi morto enquanto trabalhava nu turno na fábrica Tecopress. Duas outras vítimas trabalhavam na olaria de Sant`Agostino. Morreu também uma senhora com mais de cem anos de Sant’Agostino, uma alemã de 37 anos que estava em Bolonha em trabalho e uma mulher de 86 anos que tinha sido admitida no hospital devido a um acidente vascular cerebral.

Os danos às igrejas, monumentos históricos e edifícios públicos são incalculáveis. Em Finale Emilia desmoronou-se metade do castelo e a catedral quase não existe. Os relógios de sino pararam às 4h04. As escolas serão fechadas amanhã para que os engenheiros técnicos possam fazer as verificações necessárias para certificar que é seguro utilizar os edifícios. O Presidente da região de Emilia-Romagna, Vasco Errani, já pediu o estado de emergência nacional.

O primeiro-ministro Mario Monti antecipou o regresso para a Itália da reunião dos G8 nos EUA: "Dado o trágico acontecimento de Brindisi e do terremoto, decidi participar apenas na fase inicial da cimeira da NATO e, em seguida, partir para Itália". O primeiro-ministro informou também que, na terça-feira, o conselho de ministros vai declarar estado de emergência após o terremoto em Emilia Romagna.

O último grande sismo registado em Itália foi o abalo de 6,3 de magnitude, na cidade de L'Aquila, em 2009. Morreram cerca de 300 pessoas.

Joana Tadeu, RTP

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