Conheça os ministros de Dilma

Eleita presidente da República em 31 de outubro, Dilma Rousseff está há quase 40 dias tentando montar seu ministério. Em um primeiro momento, ela mostrou rapidez ao definir os nomes de três personagens importantes de seu governo, todos envolvendo a área econômica – Guido Mantega fica na Fazenda, Alexandre Tombini assume o Banco Central e o Planejamento, que ficará responsável pela administração do PAC, estará a cargo de Miriam Belchior.


Depois, Dilma começou a enfrentar problemas, como a busca de espaço no governo pelo PT, seu partido, o voraz apetite do PMDB, principal aliado na campanha e partido de seu vice, o deputado Michel Temer (SP), sem contar a necessidade de aplacar as outras legendas aliadas. Na semana passada, ela divulgou a fatia do PMDB e, nesta semana, confirmou mais sete ministros.
Confira abaixo quem já está confirmado no governo Dilma:

Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento

Wagner Rossi – PMDB

O ex-deputado federal Wagner Rossi assumiu o ministério em março de 2010, sob acusação de lotear cargos técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento entre aliados políticos. Ligado ao vice-presidente eleito, Michel Temer, Rossi foi reconduzido ao posto por Dilma.

Ministério das Cidades

Mário Negromonte - PP

Deputado Federal na Bahia por quatro mandatos, Negromonte foi reeleito nas eleições de outubro. O parlamentar, que também é advogado, liderou o PP na Câmara nos últimos quatro anos. Antes, foi do PMDB (1986-1988), do PSDB (1988-2001) e do PPB (2001-2003).


Ministério da Ciência e Tecnologia

Alozio Mercadante – PT

Um dos principais nomes do PT, o senador Aloizio Mercadante deixou de concorrer à reeleição para atender a um pedido do presidente Lula: disputar o governo de São Paulo, Estado onde o PSDB é muito forte. Derrotado no primeiro turno, Mercadante ganhou uma vaga no ministério.
Ministério das Comunicações

Paulo Bernardo - PT

Amigo pessoal de Dilma Rousseff, Bernardo passou cinco anos no comando do Ministério do Planejamento. Homem de confiança de Dilma, ele assume uma pasta que deve tratar de assuntos sensíveis, como a regulamentação da comunicação eletrônica, o Plano Nacional da Banda Larga e a reestruturação dos Correios.

Ministério da Cultura

Ana de Hollanda

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e irmã do compositor e escritor Chico Buarque, a cantora Ana de Hollanda é secretária de Cultura do Município de Osasco (SP) e diretora do Centro de Música da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Dilma queria uma mulher na Cultura.

Ministério da Defesa

Nelson Jobim - PMDB

Jobim é mais um integrante do governo Lula que segue no cargo com Dilma presidente. A pasta, que ele assumiu em 2007, pode ter poderes reduzidos se Dilma confirmar o plano de criar uma secretaria para cuidar dos aeroportos. Jobim foi ministro da Justiça no governo FHC e passou sete anos no STF.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Fernando Pimentel - PT

Pimentel foi o primeiro prefeito de Belo Horizonte eleito no primeiro turno, em 2004. Na capital mineira, teve uma gestão de sucesso e ficou conhecido pela proximidade com Aécio Neves (PSDB), então governador. Nas eleições de 2010, ficou em terceiro na disputa pelo Senado. Político muito próximo de Dilma, deve ser um dos ministros que desfruta de mais confiança da presidente eleita.

Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Tereza Campelo


A economista Tereza Campelo conhece Dilma Rousseff desde os anos 80 e trabalhou com ela na Casa Civil, onde atua hoje em dia como subchefe de Articulação e Monitoramento. Ela será a responsável por coordenar o Bolsa Família, uma das principais bandeiras do governo Lula.
Ministério da Educação

Fernando Haddad – PT
Haddad é um dos ministros mais antigos do governo Lula. Ele assumiu a pasta da Educação em 2005, no lugar de Tarso Genro, que deixara o posto para presidir o PT em meio ao escândalo do mensalão. Sua permanência no governo Dilma é, aparentemente, fruto de um pedido do presidente Lula.

Ministério do Esporte

Orlando Silva - PC do B

Assumiu a pasta em 2006, quando Agnelo Queiroz deixou o ministério. Sua permanência no governo Dilma é uma surpresa, pois parecia certo que Dilma escolheria uma mulher do PCdoB para a pasta. A deputada Manuela D'Avila (RS) e a ex-prefeita de Olinda (PE) Luciana Santos eram as mais cotadas.

Ministério da Fazenda

Guido Mantega - PT

Guido Mantega era presidente do BNDES quando foi convocado por Lula para assumir a Fazenda em 2006, depois da saída de Palocci da pasta. Mantega teve uma atuação elogiada durante a crise e foi convidado por Dilma para permanecer no cargo diante do momento conturbado que o a economia mundial pode viver em 2011.

Ministério da Justiça

José Eduardo Cardozo - PT

Eleito deputado federal por São Paulo em 2002 e 2006, Cardozo desistiu de concorrer à reeleição em 2010 alegando estar saturado da “promiscuidade do sistema eleitoral”. Ele é secretário-geral do PT desde 2008 e foi um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência.

Ministério do Meio Ambiente

Izabella Teixeira

Bióloga, Izabella Teixeira é funcionária de carreira do Ibama desde 1984. Ela ascendeu na carreira pública ao longo dos anos até chegar, em 2008, ao cargo de secretária-executiva do ministério. No início de 2010, quando Carlos Minc deixou o cargo para se candidatar, ela assumiu a pasta, e foi convidada por Dilma para seguir no posto.

Ministério de Minas e Energia

Edison Lobão – PMDB

Edison Lobão (MA) assumiu a pasta em janeiro de 2008, na condição de indicado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Reeleito para o Senado em 2010, Lobão conseguiu ser reconduzido ao posto no governo Dilma, mantendo o estratégico ministério de Minas e Energia sob controle do PMDB.

Ministério da Pesca e Aquicultura

Ideli Salvatti - PT

A senadora Ideli Salvatti foi a candidata do PT ao governo de Santa Catarina, mas não teve sucesso nas eleições. Integrante da chamada “tropa de choque” do governo nos mandatos de Lula, ela foi premiada com uma vaga no ministério de Dilma.

Ministério do Planejamento

Miriam Belchior - PT

Integrante da equipe de transição de Lula em 2002, Miriam atuou como assessora do presidente até 2004, quando recebeu convite de José Dirceu para atuar na Casa Civil. Quando Dilma deixou a Casa Civil para se candidatar, Miriam assumiu a secretaria-executiva do PAC. Com Dilma presidente, seguirá comandando o programa, que passará para o âmbito do Planejamento.

Ministério da Previdência Social

Garibaldi Alves Filho – PMDB

Depois de ser convidado por Dilma, Garibaldi Alves não conseguiu esconder sua frustração com a pasta, que “não é muito” do seu “agrado”. Ainda assim, ele disse estar pronto para o “desafio”. A pasta não é muito bem vista pelos políticos pois a maior parte de seu orçamento já vem comprometida com o pagamento de pensões e aposentadorias.

Ministério das Relações Exteriores

Antônio Patriota

Atualmente secretário-geral do Itamaraty, Patriota é um homem próximo do atual ministro, Celso Amorim, mas sua promoção pode significar uma leve mudança de rumos na política exterior do país. Dilma já mostrou, por exemplo, que deve ter uma postura diferente diante do Irã. Patriota foi embaixador nos Estados Unidos e pode melhorar o diálogo com Washington.

Ministério da Saúde

Alexandre Padilha - PT

Desde janeiro de 2007, Padilha atua como ministro das Relações Institucionais de Lula. Formado em Medicina, ele foi um dos primeiros ministeriáveis cujo nome surgiu nas conversas sobre a pasta da Saúde, mas sua indicação dependia da escolha de seu substituto.

Ministério do Trabalho e Emprego

Carlos Lupi – PDT

Lupi entrou no governo Lula em 2007, para preencher a cota do PDT no ministério. Em 2008, atendendo recomendação da Comissão de Ética Pública, se licenciou da presidência do partido. Tem feito sucesso pois há meses vem dando atualizações de uma mesma boa notícia: a queda do desemprego.

Ministério dos Transportes

Alfredo Nascimento - PR

Ex-prefeito de Manaus e ex-governador do Amazonas, Alfredo Nascimento foi ministro dos Transportes no governo Lula, mas deixou o cargo para disputar novamente o governo estadual, eleição na qual foi derrotado. Agora foi reconduzido ao cargo, na cota do PR no governo.

Ministério do Turismo

Pedro Novais – PMDB

O deputado Pedro Novais (MA) é um antigo membro do chamado “baixo clero” da Câmara, formado por deputados de pouca expressão. Ligado a José Sarney (PMDB-AP), é mais um que faz parte da “cota” do presidente do Senado no governo Dilma.

Advocacia-Geral da União

Luís Inácio Lucena Adams

Funcionário concursado da Procuradoria Nacional da Fazenda, Adams teve cargos no Ministério do Planejamento e em 2009 foi nomeado chefe da AGU em substituição a José Antonio Dias Toffoli. Foi cogitado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, mas permanecerá na AGU com Dilma.

Banco Central

Alexandre Tombini

Tombini é funcionário de carreira do governo e ocupa atualmente a diretoria de Normas do Banco Central. Ele foi escolhido porque seria menos conservador que Henrique Meirelles na condução da política de taxa de juros e por ser mais aberto ao diálogo com a equipe do Ministério da Fazenda.

Casa Civil

Antonio Palocci - PT

Ex-prefeito de Ribeirão Preto (PT), Palocci era uma das estrelas do primeiro mandato de Lula, mas deixou o governo em 2006 acusado de mandar quebrar ilegalmente o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Eleito deputado federal em 2006, Palocci foi cotado como candidato ao governo de São Paulo em 2010, mas acabou sendo um dos coordenadores da campanha de Dilma.

Secretaria-geral da Presidência

Gilberto Carvalho - PT

Principal assessor de Lula, Carvalho atuou como chefe de gabinete da Presidência no atual governo. Com Dilma, ele será deslocado para a secretaria-geral, órgão que cuida do diálogo do governo com os movimentos sociais e religiosos

Secretaria de Assuntos Estratégicos

Moreira Franco – PMDB

Ex-governador do Rio, Moreira Franco é outro aliado de Michel Temer e participou da coordenação de campanha de Dilma. A secretaria terá funções como coordenar o Plano Nacional de Saneamento e Reaproveitamento de Resíduos Sólidos e o conselho que reúne integrantes da sociedade civil interessados em dialogar com o governo.



Secretaria de Comunicação Social

Helena Chagas

Ex-jornalista do jornal O Globo e do SBT, Helena Chagas atuou na implantação e reestruturação do jornalismo em órgãos públicos como a TV Brasil, a Agência Brasil e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e coordenou a comunicação da campanha de Dilma. Ela substituirá Franklin Martins, que teve um atuação polêmica.

Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Luiza Bairros
Luiza Bairros chega ao governo com a experiência de ter sido, desde 2008, secretária de Promoção da Igualdade da Bahia. Ela é socióloga e ativista dos movimentos negro e de defesa dos direitos da mulher.

Secretaria Especial dos Direitos Humanos

Maria do Rosário - PT

A política gaúcha atuou em comissões parlamentares ligadas aos Direitos Humanos nas esferas municipal, estadual e federal. Durante o governo Lula, se destacou como relatora da CPI da Pedofilia. Ela é professora e tem mestrado na área de direitos humanos.




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