90% dos homicídios são execuções por drogas nas principais cidades da Paraiba

Mais de 90% das vítimas de homicídios ocorridos na Grande João Pessoa e nas principais cidades do Estado, como Campina Grande e Patos, são relacionadas a drogas, segundo estimativa do comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar da Paraíba, coronel Américo Pereira. Os assassinatos são realizados pelos traficantes, que fazem "tocaias" para executar as vítimas que não quitam as dívidas.



Para o coronel Américo, três fatores se repetem nos crimes: a motivação, a ocorrência em locais escuros e periféricos e a forma como são feitos. "A droga é indiscutivelmente o motivo que leva aos assassinatos. Os locais onde acontecem são nas comunidades periféricas o que é até óbvio, por estarem distantes de centros urbanos. E normalmente o executor está esperando pela vítima, depois de ter observado sua rotina", esclarece o coronel Américo.


Ele ressalta que não há atuação de matadores especialmente contratados para executar as vítimas. "Os crimes são feitos pelos próprios traficantes ou por seus comparsas, sem envolver negociações", esclarece o coronel.


O major Ricardo Maia, subcomandante do 1º BPM, responsável pela apuração dos dados, confirma a estimativa, mas considera fundamentais os números para desenvolver um planejamento de inteligência. "Estas informações irão embasar as próximas operações policiais. Os números demonstram as localidades onde os crimes ocorrem, a idade das vítimas, a profissão, além de outros aspectos. Isso facilita o planejamento da polícia", disse.


O coronel Américo observa que a estrutura policial atua com dificuldades como baixo número de efetivos, falta de armamento, e outros problemas. Mas amplia a problemática para outros setores da sociedade, responsáveis pela marginalização: "A geração de empregos é fundamental para garantir sustento para as pessoas. O sistema educacional também deve ser mais eficiente, a saúde, enfim, um conjunto de ações políticas são necessárias para realmente transformar o quadro da marginalidade", ressalta.



O comandante do 1º BPM, coronel Américo, ressaltou a expressiva atuação da Brigada Militar este ano. As operações deflagradas ao longo do ano resultaram na prisão de criminosos com extensa lista de acusações como Oli, Chapola, Jardel, Chinês. "Além de perigosos, esses elementos possuem um poder influenciador sobre outros meninos".



Márcia Dementshuk

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