Buracos causam mortes e Paraíba ainda tem 2 mil km de estradas de barro

João Paulo Medeiros-JP

Quem está acostumado a trafegar de carro ou motocicleta, ou ainda caminhar às margens das rodovias federais e estaduais que cortam a Paraíba, além de terem de ‘escapar’ da imprudência de condutores, constata uma triste realidade: faltam sinalização, asfalto e acostamento em muitos trechos e sobram buracos e declives, o que provoca acidentes e mortes. Somente nas rodovias estaduais, mais de dois mil quilômetros (km) ainda são de barro e vários trechos das 123 PBs que unem as cidades paraibanas precisam de sinalização.

No total, a malha rodoviária da Paraíba ultrapassa os 6,4 mil quilômetros, sendo 1,4 mil de estradas federais e o restante sob a administração do Estado. No caso das rodovias federais, a situação é confortável e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado garante que já investiu, nos últimos quatro anos com a restauração e construção de novas vias o montante aproximado de R$ 950 milhões, incluindo os recursos destinados à duplicação da BR-101 que está em andamento, melhorando consideravelmente a malha rodoviária federal das onze rodovias que cruzam a Paraíba.

No entanto, embora o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) do Estado também tenha se esforçado para amenizar os desgastes, investindo cerca de R$ 32 milhões em obras de melhoramento e recuperação das estradas estaduais no ano passado, o quadro de alguns trechos é ainda mais preocupante e tem provocado tragédias e sérios prejuízos aos usuários.

Na rodovia estadual PB-079, por exemplo, no trecho de pouco mais de 25 km que liga as cidades de Alagoa Grande a Areia, no Brejo paraibano, a ausência de acostamentos e de sinalização, aliada à pouca largura e a deslizamentos de terra gerados pelas chuvas tornam o tráfego uma ‘aventura’. Em meio a curvas fechadas e galhos de árvores nos locais onde deveria existir o espaço do acostamento, carros e motocicletas passam ‘apertados’, aumentando o risco de acidentes.

Nesse mesmo trecho, no início deste mês, um acidente envolvendo dois ônibus da empresa que faziam a linha Campina Grande/Guarabira terminou com uma pessoa morta e mais de 30 feridas. Os veículo colidiram próximo de uma curva onde instantes depois havia acontecido um deslizamento de terra. No local do acidente, além de destroços e vidros quebrados dos automóveis, ainda restam o perigo e a falta de sinalização para indicar o risco de novos desmoronamentos. A barreira que teria contribuído para a colisão continua prestes a desabar, juntamente com duas árvores que estão a menos de dois metros da pista.

Mais adiante, no trecho de 13 km da rodovia PB-087, que liga Areia ao município de Pilões, as falhas são ainda mais evidentes. Estreita e com curvas inclinadas, a estrada concentra centenas de buracos que dificultam a passagem dos carros. Como ‘saldo’ das dificuldades, dezenas de cruzes e oratórios dispostos às margens da estrada servem para relembrar tragédias e mortes ocorridas. Em apenas uma das curvas, conhecida pelos moradores como a ‘Entrada do Mundo Novo’, já morreram 14 pessoas vítimas de acidentes nos últimos anos.

As dificuldades nas rodovias paraibanas geram efeitos também para as entidades que precisam delas para prestarem serviço à população. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários Intermunicipais de Passageiros da Paraíba (Setrans), as rodovias PB-087, PB-151, PB-075, PB -137, PB-097 e PB-121, localizadas nas regiões do Cariri, Curimataú e Sertão são as que mais enfrentam deficiências.

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